Orquídeas Garden

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Não sabia como descrever o que pretendia com este blog. Contudo, com a simplicidade das suas palavras, alguém o conseguiu: «Ninguém é obrigado a partilhar sentimentos... pensamentos, emoções... chamar a atenção para a vida, para o que é importante ou não... nem tem de nos orientar, ou tentar mostrar-nos outras perspectivas da vida... Mas há quem fale de si e dos seus sentimentos... e das suas perspectivas da vida... Então aproveite quem quiser...»(O Último Padrinho)

Uma questão de "Clic"


Recentemente numa conversa, com um médico amigo, sobre o facto de, Eu, aos 22 anos não ter namorado e sobre os factos que a isso conduzem fui confrontada com a questão do "clic".
Citando o médico:
-"Não é normal que uma boneca como tu aos 22 anos não tenha namorado. Ainda mais quando divides o teu tempo por Abrantes e Coimbra, já não falando nos amigos que tens espalhados por outros lugares. Ou anda tudo cego ou algo se passa?! Não que seja uma anormalidade... simplesmente acho estranho."
Será assim tão estranho eu aos 22 anos não ter namorado?
É estranho por ter 22 anos?
Por morar parte do tempo em Coimbra?
Por ser universitária?
Sinceramente não vejo nada de estranho em não ter namorado. Já tive. Agora não tenho. No futuro quem sabe?!
Argumentei com o médico que "tenho o meu curso, os meus amigos e a minha vida para viver. Faço por ser feliz todos os dias. Há dias que consigo, há outros que não consigo, paciência a vida é mesmo assim. Mas, quero aproveitar tudo o que a vida tem para me dar. Viver cada segundo, não como se fosse o último, mas saboreando cada instante, memorizando cada cheiro, cada sabor, cada toque, cada som. Aprendendo a tirar partido da virtude de estar viva sem saber até quando."
Ingenuamente achei que o assunto terminára ali. Contudo, não terminou...
-"Tudo bem que tens o teu curso e que vives a tua vida e que te divirtes com os amigos. Acredito que deves ter as tuas aventuras e que por isso não sentes falta de um namorado. Mas, tudo isso só é assim porque ainda não sentiste o "clic". Ou, talvez já o tenhas sentido mas, ainda não tenhas tido oportunidade de o realizar na sua totalidade. Quando sentires vontade de seres inteiramente de outro alguém, de dares a alma, o coração, o corpo... Quando sentires um frio na barriga, as pernas a tremer, uma vontade incontrolável de estar com essa pessoa, de fazer dele um confidente a quem possas mostrar-te tal qual como és sem medo de reprovações e com quem possas contar para te apoiar tanto nas coisas boas como nas coisas más... tenho a certeza que vais alterar as tuas prioridades e que todos os dias vais fazer por fazer alguém feliz. Porque, se essa pessoa for feliz, tu também o serás."
O assunto terminou por aqui. Não porque não existissem mais palavras mas, porque as palavras seguintes seriam demasiado valiosas, até mesmo sagradas, para serem usadas em vão. Por isso mesmo, também aqui, o assunto termina da mesma forma, com o meu silêncio murmurante.

8 comments:

O Último Padrinho disse...

...hum! É um clic, no mínimo, extenso!! mas está bem...
Assim não vale, exijo saber o final da estória!:p

Orquídea disse...

Olá.
Hum... Não se trata de uma "estória", trata-se antes de uma partilha, de um desabafo sobre algo que me inquietou e que quis desvalorizar banalizando-o.
Receio que não possa contar o final. Pois, o "final" ainda não se concretizou e tal como no post, também aqui terá de se contentar com o "meu silêncio murmurante".
Seja como for, pode sempre dar largas à sua imaginação e prever um final para esta "estória". Final esse que gostaria que deixasse aqui, através de um comment.
Assim sendo, aguardo com certa curiosidade o "final" que me reserva.

André Pipes disse...

Cheira-me que o médico em questão tem a medicação correcta para ti!
Mas se é mesmo uma questão de "nó na barriga e um frio.." eu também posso dar o meu conselho: laxante e muito gelo!
É só uma ideia...
Assim como quem não quer a coisa e não dando uma de médico, acho que o médico amigo com quem falaste deveria ler o teu blog! Pode ser que mude de opinião ou tome uma decisão (estou a falar da medicação, claro!)
Namorar é, para mim, o derradeiro passo numa boa amizade. Ok, não vamos namorar ocm todos os bons amigos que temos (eu por mim falo, não faço intenções de namorar com o Tavares ou o Pedro), mas quando temos uma boa amizade, muito boa, com alguem do sexo oposto (ou não, gostos são gostos e não discuto) o passo a tomar é em grande parte das vezes acabarem por namorar, pois, para mim, na base de uma relação amorosa (seja ela prolongada ou só colorida) existe uma base de amizade. No dia em que essa amizade se abalar, então a relação também corre risco!
Contudo e resumindo (sim, porque quando começo a escrever nunca mais páro..) na actual sociedade a coomunicação entre pessoas está cada vez mais fácil o que proporciona muitos mais e novos encontros, principalmente no meio académico (no qual tu também estás inserida). Como tal, namorar deixa de ser uma prioridade e o objectivo passa a ser ter relações sem compromisso! Poupa-se tempo e dinheiro (em consultas ao psicologo)!
E agora para o teu amigo médico: Sr. Dr. bem vindo ao Séc. XXII!

Pipes, com energia até na ponta dos dedos!

Orquídea disse...

Não consigo perceber se esta intervenção toca as linhas da arrogância ou se é uma tentativa frustrada (ou não) de ter piada...
Seja como for, vamos esclarecer alguns pontos:
* Não tomo qualquer tipo de medicação. Graças a Deus, encontro-me de boa e plena saúde. Também não gasto dinheiro em idas ao psicólogo; Se existe alguma curiosidade em saber a especialidade do médico em questão, pois bem, é médico de clínica geral;
* Concordo que a base de uma boa relação amorosa seja antes de mais uma boa amizade, contudo, será necessário algo mais. A amizade por si só não chega. Se assim não fosse cairíamos na situação que refere, namorar com todos os nossos amigos;
* Discordo que uma grande amizade só possa culminar num namoro. Acredito plenamente que possam (e existem) grandes amizades entre pessoas, independentemente do sexo dos intervenientes. Contudo, algumas (não todas) grandes amizades conduzem a grandes paixões e verdadeiras histórias de amor;
* Não me pareçe que namorar constitua uma prioridade. Talvez, constitua um objectivo para quem está apaixonado. Também não me pareçe que as pessoas no meio universitário (salvo algumas excepções) tenham como objectivo "relações sem compromisso". Pelo menos, recuso-me a aceitar (apesar de saber que existem) tais calculismos e frieza em relação a sentimentos.

É em alturas como esta que me apetece perguntar:
- Onde anda o romantismo? Que é feito dos encantos da paixão? E o amor? Alguém sabe onde anda?

André Pipes disse...

O amor mora aqui ao lado!!!

O objectivo não é de todo, ferir os teus sentimentos e/ou forma de pensar. É a minha opinião, que é perfeitamente capaz de ser refutada! A ideia é apenas dar a conhecer perspectivas diferentes de ver "a coisa".

Ah, quanto á medicação, para que não haja mal entendidos, refiro-me a sentimentos. (se calhar agora a interpretação vai ser complentamente diferente... é tudo uma questão de ter a mente mais ou menos aberta!)

Desculpa se magoei os teus sentimentos, o objectivo não era esse.

Pipes, sempre capaz de dar a mão á palmatória!

Orquídea disse...

Não me senti ferida nos meus sentimentos.
Simplesmente achei melhor esclarecer alguns pontos, uma vez que, percebi tratar-se de uma questão de má interpretação ou expressão. A forma como colocas-te a tua opinião não me pareceu suficientemente clara.
Obrigado pelo esclarecimento. De facto, agora percebo melhor o teu ponto de vista.

Com uma mente sempre aberta a novos comentários,
Orquídea

ProTrunks disse...

Este é um assunto pelo qual tenho imenso respeito. É algo delicado, tão delicado ao ponto de o considerar indispensável. Ao falar sobre isto estou-me a expor, baixando as minhas defesas e ficando frágil. "Mas tanto pior..."
já diziam os Ornatos.
Penso que o ser humano (na sua generalidade) tem a necessidade de ter um(a) parceiro/a com o qual deseja partilhar momentos bons e maus. Ser 1 é fácil, difícil é ser-se 1+1 e ainda assim ser-se 1 na mesma. Vejo a vida, a minha, como um puzzle que necessita das peças para que fique completo. Uma peça é a Saúde, outra os Amigos (cada amigo sendo uma peça e cada peça tem tamanhos diferentes de forma que dependendo do amigo pode existir ou não um buraco maior no puzzle caso essa peça falte lá), outra o Amor, o Dinheiro, a Familia, etc...
Na minha óptica há peças que são maiores do que as outras, fazem-me mais falta do que outras, mas no fundo todas são importantes para que no fim o puzzle fique completo. Há vezes em que procuro as peças e estão escondidas debaixo da cama. Outras vezes procuro, esforço-me por procurar mais mas não as encontro. E há vezes ainda que sem estar à espera aparece-me uma peça nova que dá um pouco mais de brilho ao meu puzzle.
Talvez venha a escrever sobre esta teoria do "puzzle" no meu blog, este texto inspirou-me! ;)

AH...e aquilo que o "sotôr" chamou de "click" eu chamo de "borboletas no estômago". Diferentes definições técnicas para dizer "Paixão" ;)

Orquídea disse...

A teoria do puzzle dá que pensar...