Orquídeas Garden

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Não sabia como descrever o que pretendia com este blog. Contudo, com a simplicidade das suas palavras, alguém o conseguiu: «Ninguém é obrigado a partilhar sentimentos... pensamentos, emoções... chamar a atenção para a vida, para o que é importante ou não... nem tem de nos orientar, ou tentar mostrar-nos outras perspectivas da vida... Mas há quem fale de si e dos seus sentimentos... e das suas perspectivas da vida... Então aproveite quem quiser...»(O Último Padrinho)

Impulsos


Há muito tempo que não vinha aqui para falar de sentimentos... para, no fundo, desabafar de uma forma surda e calada. Há algum tempo que não sentia necessidade de escrever para me sentir aliviada e atenuar angustias. Escrevo agora que a tristeza da ausência de um abraço me perturba de tal forma que me arranca o sono deixando os meus olhos livres para as lágrimas que tentam lavar a imagem daquele sorriso que mais queria ver...
Nem sei como começar...
Não sei como começou. Nem sequer sei porquê. Não tinha razão de ser. Não fazia, à partida o menor sentido. No entanto, não sei como, deixei levar-me. Atirei-me de cabeça, pés, corpo inteiro... não me permiti sequer tempo para pensar nas consequências. Dei-te a mão e deixei que me guiasses. O amanhã deixou de me interessar. Permiti-me viver cada loucura, cada momento. Fiz coisas que julguei que jamais faria, ou que pelo menos ia levar um tempo até me achar com coragem para fazê-las por alguém...
Não sei como aconteceu... gostava de um dia obter uma resposta para isto. Foi tudo demasido rápido... quase não deu tempo para pensar. Podias (ou podiamos) ter parado para pensar antes.
Assustaste-me muito no início de tudo. As nossas diferenças assustaram-me. Assutou-me o facto de saber que se nos continuassemos a deixar levar pelos impulsos, pelas vontades eu ia acabar magoada. Sabia à partida que quando a corda rebentasse ia ser do meu lado. Eu sabia que ia sofrer. Sabia disso desde o início e mesmo assim entreguei-me aos impulsos e às vontades; mesmo assim entrei contigo numa série de loucuras... das quais não me arrependo.
Tentei convercer-me, nos momentos em que me senti mais assustada, de que tudo seria apenas uma aventura. Seriam apenas uns momentos de loucura que um dia iam acabar e a nossa amizade permaneceria sem constrangimentos.
Tive sempre uma noção quase plena da forma como as coisas iam acontecer, consegui mesmo antever algumas coisas. Ainda assim, não fugi delas, nem lhes mudei o rumo. Deixei que tudo seguisse o seu suposto percurso natural. Deixei que as coisas acontecessem de acordo com as tuas escolhas, as tuas atitudes, as tuas certezas e no fim até mesmo com as tuas incertezas.
Por ti e para estar contigo fiz algumas coisas que não tinha feito antes por ninguém. Submeti-me a situações - criadas e geradas por ti - para te agradar, porque parecias ter certezas no que fazias. Deixei-me levar...
Um dia após o outro vi as coisas acontecerem de acordo com os meus medos e receios, enfrentei tudo. Podia te-las evitado, no entanto, não sei porque não o fiz. Deixei que gerisses tudo. No fundo, acho que sei porquê. Talvez tenha sido para testar as tuas certezas, para perceber se estavas mesmo consciente do que estavas a fazer. Tal como eu pensava, não estavas. O que mais me irrita é que mesmo sabendo disto me deixei levar.
Tu estavas à procura de uma tábua de salvação. Precisavas de uma por tudo o que tinhas vindo a viver nesses últimos tempos. Sentias-te à deriva, desamparado... querias um "sorriso"... Achas-te que eu poderia ser essa tábua, esse "sorriso"... Agarraste-te nessa ideia que não passou de uma ilusão. Uma ilusão que durou três semanas... numa "relação" de dois meses. Dos quais o balanço final de acontecimentos é positivo. Foram bons momentos, senão mesmo fantásticos. Contudo, como eu já esperava, tu percebes-te que a melhor solução para ti não era uma tábua de salvação; mas sim um tempo contigo próprio. Um tempo em que pudesses definir sentimentos e emoções sem a interferência de ninguém - para que não magoasses ninguém e para viveres a tua vida. Tomas-te ainda como certas algumas coisas que achavas que eu pensava e que eu queria, mesmo sem te teres certificado se de facto seriam assim, se de facto eu as queria ou as pensava. Assustaste-te com isso, que em conjunto com os outros factores te fez recuar - fez-te cair na tua realidade.
Mas, para o meu caminho já não havia volta. Sofri uma rasteira pelo percurso, com a qual não contava, apaixonei-me completamente. Esta é a grande explicação para o facto de me ter deixado levar e para as minhas atitudes e actos. Apaixonei-me logo nas emoções, sensações e sentimentos daquele primeiro beijo roubado...
A tua ilusão veio e passou, a minha paixão veio e ficou. Doeu muito. Mas podia ter doído ainda mais se eu não contasse com a forma como as coisas aconteceram.
Começas-te por acabar com o rótulo. Depois, foste aos poucos acabando com a relação em si. Hoje, mal nos falamos. Hoje, mal te consigo olhar nos olhos, ainda assim não os esqueço. Houve uns tempos que morria de saudades do teu sorriso... bastava-me ver-te e saber que estavas bem para eu estar e ficar bem, para que as saudades se atenuassem, para que a dor da tua ausência (tão sentida) fosse aliviada. Ficava feliz por demonstrares vontade de estar comigo, por me procurares... Hoje, tudo isso acabou.
Agora, o meu orgulho fala um pouco mais alto que o que sinto por ti. Por isso, consigo dar-te a mesma indiferença que me dás. Consigo calar a vontade de te beijar, de abraçar... basta não te olhar nos olhos... basta não ver o teu sorriso... basta simplesmente ignorar-te. Isto não faz com que a minha paixão diminua, porque ela continua a existir, continua a encher o meu coração. Tu, com a indiferença fria dos teus gestos, é que já não aqueçes a minha alma.
Onde é que isto tudo nos vai levar?

4 comments:

ProTrunks disse...

Uau, amiga!! Eu não escrevo há tanto tempo, pois há muito tempo que sou pedra viva, mas este texto... mexe com qualquer pedra!

Acho que tens que pensar que ao menos tiveste coragem de arriscar. Eu, quando o devia ter feito, não o fiz. Arrependo-me, pois sofri na mesma e poderia até ter sofrido mais, mas terminaria a angústia do "E se...". E se eu tivesse arriscado, não poderia ser agora feliz? Tens de te sentir orgulhosa por ter enfrentado os teus medos e teres seguido em frente, mesmo quando o teu instinto te disse para não o fazeres. É preciso força e determinação, nem todos têm isso!!

Só te posso desejar dias mais sorridentes. Desculpa não ter acompanhado o teu blogue durante este tempo todo, mas de Outubro a Junho não tive computador e as vezes que vim à internet foi com pouca vontade para blogues.
Agora que tenho essa situação ultrapassada, não me lembrei o quão bom é ler textos como aquele que aqui deixaste.
Espero sinceramente que encontres o teu pote de ouro no final do arco-íris. Sim... porque se choveu agora, o Sol está para aparecer e com ele o arco-íris. E sabes bem que no fim de cada arco-íris há um pote de ouro! Espero que o calor do sol, as cores e a recompensa chegue rápido...

Beijos doces,
Bruno

Anónimo disse...

Nem sempre o amor nos traz felicidade...nem sempre as nossas aventuras prosseguem até onde nós gostavamos Q elas prosseguissem... nem sempre os nossos medos e os nossos sentimentos fortes se apaziguam para calar as nossas vontades e indiferenças...

Por mais Q o mundo gire o nosso coração continua estabilizado num circuito de plena e obscena paixao mas nem sempre nos devemos deixar vencer ou desistir a meio do caminho... Quando vemos Q realmente vale (isto quando tudo vale a pena quando a alma ñ é pequena) devemos seguir em frente ou ate mesmo retroceder para sucumbir alguns erros ou falhas cometidas e reparaveis..
Hoje em dia temos as certezas na nossa mente e as mágoas no coração...
Hoje em dia ñ podemos agir de coração e mandar o cerebro de ferias para as Maldivas.. Ha que fazer escolhas.. escolhas essas Q modifiquem tudo ou Q ñ modifiquem nada, mas Q ao menos resolvam com o tempo e o espaço as divergencias sentidas sem dó nem piedade, sem paz nem diversão...

Há Q sentir o Q temos de sentir e Há Q lutar pela nossa dignidade e pela nossa vontade...
Porem, muitas lagrimas têm de se soltar da sua prisãos sentimental... pensa Q em cada lagrima pode vir uma palavra de consolo, solução, diversao...etc...

ñ te deixes vencer nem desistas de algo Q te faz chorar ou fazer coisas Q ñ gostas ou simplsmnt n concordas... Se valer a pena Luta..
Se ñ valer a pena simplsmnt Despreza...

Espero Q encntres o teu caminho..
Seja ele de reconciliaçao ou de auto-libertação...

Vive cada dia como se fosse o ultimo... As vezes o amor ao sexo oposto ñ significa felicidade extrema... aS VEZES as nossas Grandes e Preciosas Amizades conseguem mudar o rumo da solidao e sofrimento... ;)

Posso ser menor de idade.. Posso ser adolescente..

Mas tambem sei O q é sentir de forma forte e inabalavel...

Infelizmente os desejos e os sonhos nem sempre se tornam realidade... Acho q isso so acnteceu msm com a Cinderela.

Deixo-te com os teus pensamentos, virtudes, defeitos, certezas e incertezas, forças e medos, ansiedades e indiferenças...

* * * * * * * * * * * * * * * * * *

Anónimo disse...

Nunca entendi porque diziam "não basta amar alguém"... Sempre achei que o amor seria tudo, chegava amar :)
Contudo, agora entendo essa frase e o que dizes no final do texto reflecte isso mesmo, ainda se pode gostar mas existe também o orgulho por tudo aquilo que se passou! A mágoa, o ver tudo com mais clareza... mas... e o sentimento?

Eu sou pela teoria (lol) que tudo aquilo que acontecesse tem o seu motivo para acontecer, em determinado dia, em determinada hora, em determinado momento e em determinado local, assim como com determinada pessoa. Que nada é por acaso.
O que viveste já passou, não volta, aprende com isso e continua a seguir em frente e ir sempre à luta pelos teus sonhos.
E tem cuidado com aquilo que pensas quando estás a viver no teu mundo presente. Como disseste tudo aquilo que tinhas pensado acabou mesmo por acontecer. Que até "preveste" certas coisas... Aprende com isso: pensamentos bons levam as coisas boas :) Para a próxima faz tudo de novo, as mesmas loucuras, as mesmas aventuras, os mesmos sorrisos e abraços, mas tenta mudar algo, o teu pensamento sobre isso.

:)

Pensa nas coisas boas!
Tudo de bom...

Fernando Gbson disse...

Amei seu blog!!
Muito Legal!!
Queria saber fazer um blog assim!!
Da uma Passadinha la no Meu
www.8004filmes.blogspot.com